A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) divulgou nesta semana que o preço dos medicamentos deverá sofrer um reajuste acima de 6% – o maior desde 2016. A publicação oficial do índice pela Cmed deve ocorrer no dia 15 de abril.
A fórmula do aumento é definida somando o Fator Y ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado entre março de 2020 e fevereiro de 2021, ainda a ser confirmado pelo Ministério da Economia, e subtraindo o Fator X, que traduz o ganho de produtividade da indústria e foi fixado em 3,29% para o ano de 2021.
O valor do Fator Y, um dos componentes da equação que determina o índice de reajuste anual dos preços de medicamentos, traduz aspectos econômicos externos ao mercado farmacêutico, como custo dos insumos no mercado em geral (energia elétrica, por exemplo) e variação cambial. Quanto maior o Fator Y, maior o percentual repassado aos consumidores.
Neste ano, de acordo com a resolução da Cmed, a variável será de 4,88%. Desde que a fórmula foi criada, em 2002, o Fator Y foi de 0% em quase todos os anos, com apenas duas exceções. O anúncio deste ano chamou atenção não só pelo valor, mas também por ocorrer em meio à crise de abastecimento de medicamentos usados para o enfrentamento à Covid-19.